17/10/2007

Sessão Múltipla

Como estou me desfazendo de parte da minha videoteca, tenho visto alguns filmes antes de vendê-los (filmes que comprei, mas que ficaram perdidos aqui nas prateleiras – alguns até ainda lacrados... sim, coisa de maluco). Seguem aqui meus breves comentários sobre alguns deles.


“Terror em Silent Hill”
(Silent Hill, EUA, 2006) – Dir.: Christophe Gans – Com Radha Mitchell, Sean Bean, Alice Krige.

Tremenda decepção essa estréia em Hollywood do diretor francês Gans (do bacana “Pacto dos Lobos”). Baseado no famoso game, o filme até tem um visual bacana, mas a história é péssima e sem pé nem cabeça. Radha Mitchell é desperdiçada no papel de uma mãe que leva a filha sonâmbula a uma cidade abandonada citada pela menina em alguns sonhos (a Silent Hill do título), só pra perder a menina e ser obrigada a procurá-la pelos escombros da cidade (que foi consumida em um incêndio anos antes). Em outras palavras, nem perca o seu tempo.
NOTA: 3


“Invasão de Privacidade”
(Sliver, EUA, 1992) – Dir.: Phillip Noyce – Com Sharon Stone, William Baldwin, Tom Berenger, Polly Walker

Pior que “Silent Hill” só esta besteira que tentou duplicar o sucesso de “Instinto Selvagem”, repetindo a fórmula “erotic thriller chic”, só que dessa vez com um roteiro horroroso, suspense zero e cenas de sexo deprimentes. A dobradinha Sharon Stone (estrela) e Joe Ezterhas (roteirista) afundou na própria pretensão, já que o filme foi massacrado pela crítica e um fracasso de público. Ela faz uma editora que se muda pra um apartamento onde meses antes houve um suicídio (ou teria sido um assassinato?) e se envolve com um escritor arrogante e um playboy voyeur (Berenger e Baldwin, canastríssimos).
NOTA: 1


“A Cor Púrpura”
(The Color Purple, EUA, 1985) – Dir.: Steven Spielberg - Com Whoopi Goldberg, Danny Glover, Oprah Winfrey, Laurence Fishburne.

Depois de duas bombas, nada como ver um clássico do cinema moderno. O primeiro “filme sério” de Spielberg foi indicado a 11 Oscars e injustamente não levou nenhum, mas é um belíssimo espetáculo que mostra um retrato dos negros do sul dos EUA no começo do século XX, sob os olhos da garotinha Celie. Ela come o pão que o Diabo amassou ate chegar à redenção, e Whoopi Goldberg brilha no papel, sua estréia no cinema (foi indicada ao Oscar e levou o Globo de Ouro). Quem também dá um show é a hoje apresentadora Oprah Winfrey, que a julgar por sua performance aqui deveria ter feito muitos outros filmes (ela também foi indicada ao Oscar). E Danny Glover surpreende como o marido cruel de Celie, em papel bem diferente dos que se acostumou a fazer depois. Vale destacar também a fantástica música de Quincy Jones (vale lembrar que o musical atualmente em cartaz na Broadway usa músicas completamente diferentes das do filme).
NOTA: 8


“Menina.Má.Com”
(Hard Candy, EUA, 2006) - Dir.: David Slade – Com Patrick Wilson, Ellen Page, Sandra Oh.

Não é pra qualquer gosto esse filme pesado e angustiante que trata do tema da pedofilia de forma bastante peculiar e criativa, utilizando-se basicamente de um único cenário e de dois atores competentes. Fotógrafo trintão (Wilson, astro da Broadway, que logo depois fez o excelente “Pecados Íntimos”, também sobre o mesmo tema) marca um encontro com a menina de 14 anos com quem vinha conversando pela Internet (Page, de “X-Men”). Eles acabam indo pra casa dele, e depois de alguns drinques e muito papo ele acorda amarrado em uma cadeira. Melhor não contar mais, pra não estragar as surpresas que acontecem em seguida, mas vale dizer que o diretor consegue causar desespero sem precisar mostrar nada explícito (e isso é um dos pontos positivos do filme).
NOTA: 6,5


“Sobre Meninos e Lobos”
(Mystic River, EUA, 2003) – Dir.: Clint Eastwood – Com Sean Penn, Tim Robbins, Kevin Bacon, Marcia Gay Harden, Laurence Fishburne, Laura Linney, Emmy Rossum.

Excelente mistura de drama e suspense, baseada em livro de Dennis Lehane. O melhor são as interpretações de todo o elenco, comprovando o talento de Eastwood em dirigir atores, ainda mais considerando o já famoso método dele de não fazer ensaios antes das filmagens e de rodar no máximo dois takes de cada cena (extraindo assim interpretações mais instintivas dos atores).
O filme começa com 3 garotos brincando na rua, e um deles é levado por supostos policiais, desaparecendo por 4 dias. Anos depois, os três já não são mais tão próximos: Penn é um pai de família que tem a filha mais velha assassinada, Bacon é o policial que investiga o crime e Robbins é um dos últimos a terem visto a menina viva.

O filme foi indicado a vários Oscars, inclusive melhor filme e diretor, e Penn e Robbins ganharam os prêmios de melhor ator e ator coadjuvante, respectivamente (Marcia Gay Harden foi indicada como coadjuvante pelo seu papel como a esposa de Robbins - devia ter ganho - e Bacon devia ter também sido indicado).
NOTA: 8


P.S.: Quem se interessar em comprar alguns dos filmes que estou vendendo, mande um email para , que eu envio uma lista completa.

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